Negócios da Construção debate inovação com especialista
O setor da construção civil teve mais uma rica manhã de debates na plataforma Club House, no “Negócios da Construção”. Marcaram presença Alberto Cordeiro, presidente da AFEAL, Fernando Rosa, Gerente Geral da AFEAL, João Batista do IBTS e Wagner, presidente da ABESC para receber o consultor em inovação Marcos Batista, co-fundador da Aceleradora de PME, Assessor de Inovação do Centro Paula Souza e mentor do reality show “Batalha das Startups”, da Record News.
De acordo com a fala de Batista, a velocidade das coisas e a tecnologia criou o mundo exponencial, o mundo VUCA. O mundo antigo está falindo, estão os dois mundos coexistindo: o velho e o novo. Antes as pessoas queriam ter, hoje as pessoas querem ter o acesso. Não vendemos mais produtos, mas resolvemos problemas.
Alberto Cordeiro afirmou que o setor da construção tem dificuldades para falar com o consumidor final, pois falamos com o BtoB. Os participantes questionaram sobre eventos em que todos pudessem estar juntos e mostrar a inovação ao consumidor. Marcos Batista aconselhou que volte um passo atrás e pensem na profundidade da dor do seu consumidor. Quem inova consegue resolver algo simples de de maneira extremamente bem. Para ele, precisamos aprender como e o que comunicar com o consumidor final.
“Tem uma frase que eu adoro quando a gente pensa em posicionamento. Uma cidade, uma empresa, uma pessoa, com toda enxurrada de produtos e serviços, como eu me posiciono? Em todo e qualquer grupo, associação, empresa, como eu serei desejado? Como as pessoas vão me procurar? Perguntaram para o Michelangelo como tinha esculpido um Moises tão perfeito. Ele respondeu: muito simples, basta retirar da pedra tudo que não é Moisés. No mundo da inovação, a gente coloca pedra demais. A inovação é centrada no usuário para que você entenda dores, personas BtoB e BtoC. A inovação acontece quando eu coloco pedras que são as minhas pedras, as verdadeiras, focada no cliente, em pessoas, governança social e ambiental, efetivamente os valores paro nosso setor que são percebidos e relevantes”, afirmou Marcos Batista.
Tenho certeza de que vocês entregam muitos elementos de valor que reduzem risco, custo, esforço, aumentam qualidade, mas também entregam valores de elementos emocionais, prazer estético, acesso, que reduzem ansiedade e até causam de mudança de vida, senso de pertencimento, ajudam a construir um legado, motivação, devolver esperança para as pessoas. Ter um posicionamento definido é essencial: o que naturalmente você faz mais relevante do que a média? Essa é minha essência, se ela atender a necessidade de uma demanda e quando se percebe e a relevância paga por isso, é ‘match’! Pecamos em colocar mais do que a gente é e esquecemos de resolver a coisa ordinária extraordinariamente bem, o que vai fazer a diferença no negócio”.
Joao, do IBTS explicou: “A inovação tem na sua frente como barreira a questão cultural. Estamos dentro de um setor extremamente conservador e o aspecto cultura de como construir é muito forte. Estamos sempre enfrentando todos os dias ter que convencer as pessoas a usar um produto ou outro. Outra barreira é a sazonalidade. Tivemos isso em 2008, 2009, voos de galinha, quando o mercado retrai a inovação dentro do setor acaba ficando de lado. Em 2020, pensávamos que teríamos um grande problema e veio um boom, que agora começa a entrar numa curva diferente. Necessidade é o que move o mundo, necessidade de fazer diferente pra obter resultado diferente. (…)A leitura que tem q ser feita sobre o cliente, entender a necessidade dele. Quebrar paradigma é difícil, mas se não começar não termina nunca”. disse
Fernando Rosa, gerente geral da AFEAL afirmou que o modelo tradicional da construção muitas vezes inibe a inovação. “A inovação já existe, temos excelentes experiências, a própria parede de concreto que aumentou a produtividade no canteiro de obras. Existem iniciativas em curso, mas elas não têm escala, é algo mais pontual, a construtora às vezes não adota de forma sistêmica. São os modelos tradicionais de construção, há pouco incentivo para encurtar a entrega para o consumidor, o usuário final, porque a grande maioria das obras são financiadas a longo prazo e essa consciência esta diretamente vinculada à capacidade de financiamento dessa obra. O desembolso é a longo prazo, então você fica na mesmice. A gente tem que buscar a solução, inspirar valores emocionais vale muito, do consumidor final, criar no nosso produto objeto de desejo”, disse.
Alberto afirmou que o setor precisa unir esforços para vencer as etapas. “A necessidade é a mãe da inovação. Tem que existir o problema e a gente intende que no setor, a questão do morar é muito forte. Em nosso país, há pessoas que não tem onde morar e temos como inovar e dar moradia, habitação para essas pessoas, o próprio governo está estudando formas diferentes de fazer isso. O Casa Verde e Amarela funciona bem a partir do faixa 2, da faixa 1 já tem dificuldade. Estão estudando a questão do aluguel social, do acesso, isso é só um exemplo de forma pra inovar e conseguir socializar a moradia no país”, concluiu.
Wagner da ABESC finalizou o encontro. “Acho esse tema fantástico, esse ambiente que criamos aqui é fundamental para a inovação. Afinal de contas, se não nos preocupássemos estaríamos na caverna. Temos que encontrar o caminho de levar a mensagem adiante, um caminho conjunto no nosso grupo para colocar o que discutimos aqui em prática”, finalizou.