Processos produtivos evitam acidentes
Por Luis Cláudio Viesti
Na edição passada falamos um pouco sobre a importância de ensaios e testes laboratoriais. Os processos produtivos de uma esquadria são como elos de uma corrente. Os nossos processos não podem se romper, pois o produto final estaria comprometido.
Pois é… quando falamos na especificação, fabricação e instalação, estes processos têm que estar “afinados” um com o outro. Falamos anteriormente em especificação e vamos relembrar um pouco sobre este processo produtivo.
Na fase inicial de planejamento e definição dos caixilhos que serão aplicados na obra, devem ser considerados os seguintes detalhes do projeto arquitetônico:
Região de utilização do caixilho.
- Altura da edificação.
- Dimensões do vão
- Acabamentos do vão.
Os tipos de caixilhos especificados devem seguir rigorosamente as etapas previstas na fase de planejamento e atender às normas vigentes.
Todas as medidas de vãos devem ser confirmadas antes de se iniciar a fabricação. Medidas de projeto de arquitetura são aproximadas, podendo variar no momento da execução da obra, em razão de elementos estruturais, acabamentos, etc.
Com base nos desenhos de montagem fazemos o cálculo dos materiais (alumínio e componentes), necessários para a fabricação e instalação das esquadrias. Esse cálculo pode ser executado manualmente, ou através de programas específicos, como softwares, que permitem calcular todo o material necessário para a execução das esquadrias de uma obra, com maior precisão e rapidez.
O plano de corte deve conter todas as informações da esquadria a ser produzida, como: croqui, código de identificação na obra, medidas finais, acabamentos, relação dos perfis empregados com medidas de corte e respectivas usinagens. Deverá conter, ainda, a relação de componentes (acessórios).
OS PROCESSOS DE PRODUÇÃO
Corte e usinagem — São operações importantíssimas no processo de fabricação dos caixilhos de alumínio. A precisão é fundamental para se conseguir um bom acabamento na montagem dos quadros, bom desempenho da esquadria e perfeita estanqueidade ao ar e à água. No corte o processo é realizado por equipamento com serra circular, podendo ser manual ou pneumático com uma ou duas serras simultâneas. Na usinagem a operação é realizada utilizando-se ferramentas especiais para cada linha, com dispositivos específicos para cada tipo de furo, rasgo ou encaixe.
Montagem das esquadrias (entre vãos, fachadas e guarda-corpos) — Podemos dividir a montagem das esquadrias entre vãos em:
- Contramarco;
- Marco;
- Folhas;
- Componentes;
- Montagem final.
Montagem final — Depois de os quadros estarem devidamente preparados, com ou sem contramarcos, as esquadrias de alumínio são instaladas, calafetadas e os componentes regulados.
OBSERVAÇÕES
- Em todo este processo é necessário que você tenha em mente fazer os ensaios e testes necessários para garantir a qualidade de seu produto, seja ele esquadrias entre vãos, fachadas ou guardacorpos, entre outros produtos.
- Na montagem das esquadrias, é preciso levar em consideração os processos pelos quais as fachadas e guarda-corpos também deverão passar.
- Em esquadrias entre vãos, quando falamos em contramarcos, estes podem existir ou não, como nas esquadrias padronizadas que necessitam que o vão esteja completamente regularizado e com as devidas folgas para que haja o chumbamento correto sem o contramarco.
- E por fim, a instalação — Agora, conheça algumas dicas que podemos dar para os profissionais que fazem a instalação destes produtos/esquadrias:
- Primeiramente, os profissionais da área devem interpretar os projetos de esquadrias e arquitetura, observando as interfaces da obra (acabamentos de alvenaria, níveis, localização, folgas dos vãos).
Antes do processo de instalação das esquadrias, fachadas e guarda-corpos deve ser feita a inspeção conjunta — construtor, fabricante contratado e instalador — para verificar as tipologias, acabamentos perimetrais, soleiras, peitoris e rejuntamentos, entre outros, quanto a sua forma, interface com o alumínio e qualidade da impermeabilização.
Por fim, para cada produto que vamos fornecer ao nosso cliente (seja ele uma unidade de esquadria entre vãos até os projetos mais complexos), devemos seguir os tais processos produtivos para que possamos realizar um produto com qualidade e desempenho dentro dos padrões normativos, fazendo com que o consumidor final fique satisfeito com o produto que está adquirindo e garantido acima de tudo habitabilidade e “segurança”.
Pelo rádio, televisão, jornais ou internet ficamos sabendo da ocorrência de acidentes graves e cada vez mais frequentes. E aí vai uma pergunta: quais critérios estão sendo estabelecidos para a realização destes produtos? Não podemos esquecer que acima de todas as regras, normas e leis estabelecidas, temos que entender até onde vai a integridade de um ser humano, o respeito à vida do próximo e quanto vale a responsabilidade, o nosso comprometimento quando nos sentamos para uma negociação e a questão que geralmente se ouve é… “qual é o custo?”.
Esta atitude comum (e condenável) serve para todos nós da cadeia produtiva fazermos uma reflexão… “quanto vale este custo?”. Eis alguns exemplos recentes, que muitos devem ter visto no YouTube e em outras redes sociais: 1. Em 31 de dezembro de 2015, um guarda-corpo de vidro caiu do terraço de um prédio no Balneário Camboriú (SC), na Rua 3600, região central da cidade, sobre uma pedestre que passava pelo local e foi ferida. (Fonte: www.clickcamboriu.com.br) 2. Em 9 de março de 2015, faleceu um menino que se cortou em porta de vidro do condomínio onde morava4 em Três Lagoas (MS). Ele ficou 25 dias internado no Hospital Universitário, de Campo Grande. (Fonte: www.midiamax.com.br) 3. Em 20 de fevereiro de 2014, novo acidente alerta para a responsabilidade na instalação de guarda-corpos. Desrespeito às normas técnicas para instalação do produto põe em risco a segurança dos usuários e pode resultar em processo criminal.
(Fonte: www.sincavidro.com.br) 4. Em 8 de setembro de 2014, caiu parte do revestimento lateral do Edifício Madison Avenida, na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife (PE). Os destroços de placa de alumínio atingiram a quadra poliesportiva e piscina do prédio, além de imóveis vizinhos. Ninguém se feriu no incidente. (Fonte: www.leiaja.com) Estes são apenas quatro exemplos de acidentes noticiados — quantos outros acontecem por aí e não sabemos?