Fachadas e Esquadrias: Construtoras devem exigir produtos de qualidade
Em quase todos os segmentos do mercado existe a chamada compra “fácil”, com preço baixo e prazo de entrega relâmpago, mas que normalmente vem acompanhada da informalidade e do produto duvidoso. No mercado de fachadas e esquadrias de alumínio − um dos produtos mais utilizados hoje pelas construtoras para dar o acabamento para grandes edifícios − essa realidade não é diferente. E quando isso acontece, o barato sai caro e com consequências irreparáveis.
Alguns profissionais e empresas atuam no mercado de forma danosa à cadeia produtiva de fachadas e esquadrias, pois fornecem produtos com baixa qualidade e que oferecem graves riscos à imagem das construtoras, incorporadoras e ao consumidor final. Além disso, não dão garantia de vida útil do produto, assistência técnica e não assumem a responsabilidade técnica nos casos de intercorrência.
Esse tipo de prática coloca em risco a atividade das construtoras, pois de acordo com as diretrizes das normas de desempenho ABNT NBR 15.575 e 10.821, elas respondem pela vida útil das esquadrias instaladas. Dessa forma, a AFEAL (Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio) reforça a orientação ao mercado pela utilização somente de produtos de fabricantes que cumprem com os parâmetros de desempenho, tais como estanqueidade à água, permeabilidade ao ar, segurança sob ventos e esforços pelo uso, entre outros.
De acordo com o vice-presidente de regionais da AFEAL, Raul Ferreira da Costa Junior, segurança é um dos principais fatores de risco, mas outros problemas podem atrasar o cronograma de entrega das obras e gerar grandes prejuízos por falhas na execução do projeto. “O caminho de ida é curto (com a comercialização de produtos de forma fácil e barata), mas o caminho de volta é dolorido e custoso” ressalta Costa Junior.
Exemplos não faltam. No último dia de 2015 um guarda-corpos de vidro caiu do terraço de um edifício residencial na rua 3600, em Balneário Camboriú – SC. A peça acabou por atingir e ferir uma pedestre que andava pela calçada.
Para Luis Claudio Viesti, coordenador técnico da AFEAL, “alguns aspectos de segurança e resistência devem ser considerados quando se projeta um perfil de fachadas, esquadrias e guarda-corpos. Eles devem levar em consideração cargas de vento, cargas máximas, sistema de ancoragem, pressões negativas (força de sucção), desenho das juntas e propriedades dos materiais”.
Seguindo a trajetória de 32 anos, a AFEAL promove cursos de atualização sobre Normas Técnicas e treinamento de funcionários nas áreas de instalação e projeto, nos núcleos de Fortaleza, Recife, Salvador, Paraná e São Paulo.
A entidade por meio do Programa Setorial da Qualidade, vinculado ao Ministério das Cidades, no âmbito do PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat, promove o rastreamento de produtos em desacordo com as normas técnicas. E objetiva com essas ações eliminar do mercado os produtos que não atendam às normas de desempenho vigentes hoje no país.