Empresários do setor expõem expectativas para 2017
A alteração da agenda político-econômica pela qual passou o Brasil em 2016 vem, aos poucos, resgatando a confiança para a retomada de investimentos na economia. O processo terá ainda um caminho a ser percorrido. Para falar sobre as expectativas para o ano de 2017, a AFEAL foi buscar a opinião de nomes com ampla experiência no setor de esquadrias de alumínio. Segundo a maioria, o segundo semestre será o período de início da volta ao crescimento econômico.
Segundo o presidente da AFEAL, Antonio Antunes, o momento atual, de menor demanda do mercado, é ideal para os fabricantes de esquadrias avaliarem os custos operacionais. E quando o mercado voltar a aquecer, as empresas estejam preparadas para um ambiente mais acirrado, onde quem puder oferecer melhor desempenho com menor preço estará a frente.
Antunes explica que em 2017 a economia começará a dar indícios de retorno ao crescimento. Principalmente com a ajuda recente ocasionada pela queda da taxa de juros anunciada pelo Banco Central. “Isso serve como um alento para o nosso setor. O corte da Selic levou a taxa de juro real “básica” no mercado para 6% ao ano (antes era de 7%). O melhor é que os juros podem cair ainda mais. Tudo isso é muito positivo para reativar o consumo e começar a restabelecer a economia”.
A AFEAL, segundo Lucínio Abrantes dos Santos, vice-presidente de relações institucionais, se prepara para agir em 2017 no sentido de incentivar o governo a baixar ainda mais as taxas de juros; fazer com que o setor participe das linhas de financiamento anunciadas pelo governo de cerca de 8 a 10 bilhões de reais para pequenas e médias empresas; de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento); e incentivar o governo a aumentar o investimento na construção civil e infraestrutura e a criar mecanismos para facilitar a importação de máquinas e equipamentos para modernizar as empresas.
Para o presidente da Associação dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio do Estado do Rio de Janeiro (AFEARJ), Luiz Felipe Lucena, em 2017 se projetam dois cenários para a cadeia produtiva de esquadria. O primeiro é aquele que, mesmo com a retomada dos lançamentos imobiliários, o retorno para o setor vai demorar um pouco mais, já que as esquadrias entram nas obras no final da cadeia da construção.
O segundo cenário, de acordo com Lucena, é o de que as entidades do setor programam a realização de campanhas na mídia durante o ano sobre a obrigatoriedade das normas e obrigações na fabricação de esquadrias. O que deve estimular a substituição de equipamentos ultrapassados ou em não conformidade e contribuir com os negócios do setor.
O vice-presidente de regionais da AFEAL, Raul Ferreira da Costa Junior, salienta que indicadores econômicos recentes informam que a procura por imóveis em novembro de 2016 teve alta de 10% e que as incorporadoras estão “voltando às compras”, com a procura por terrenos para novos lançamentos com previsão de início no segundo semestre de 2017 ou primeiro de 2018.
Para José Carlos Noronha, gerente de vendas industriais da Latasa Extrudados, a demanda de perfis extrudados de alumínio para aplicação em esquadrias de alumínio deve crescer 0,6% no ano de 2017, no entanto com mais intensidade no segundo semestre de 2017. Ainda explica que “a elasticidade dos perfis de alumínio para esquadrias representa cerca de 3 vezes o PIB do Brasil projetado para o ano de 2017”.