Dados da economia brasileira; agenda semanal
Síntese da semana:
O Índice de Atividade dos Gerentes de Compras (PMI), que reflete as condições de negócio na indústria brasileira, continua a indicar a expansão da atividade industrial pela nona vez consecutiva, tendo registrado 53,5 pontos em fevereiro (2,6 p.p acima do verificado em janeiro). Já a produção da indústria nacional caiu 2,4% no mês de janeiro frente a dezembro, resultado inferior à expectativa do mercado (-1,9%) e à projeção da FIESP (-1,8%), sendo que a indústria de transformação recuou 2,2%. Entre os setores, as influências negativas mais importantes foram apresentadas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,4%) e indústrias extrativas (-5,2%), que haviam acumulado expansão de 18,2% e de 6,0%, respectivamente, nos dois últimos meses de 2021. Outras contribuições negativas relevantes para o resultado global vieram dos setores bebidas (-4,5%), de metalurgia (-2,8%), de outros produtos químicos (-2,2%), e de máquinas e equipamentos (-2,3%). A projeção da FIESP para a produção industrial em fevereiro é de uma alta de 1,0% frente a janeiro. No entanto, nos próximos meses a produção industrial não deverá exibir recuperação consistente, uma vez que o conflito na Ucrânia coloca pressão adicional sobre os custos industriais, além de comprometer a normalização das cadeias globais de suprimentos. A guerra na Ucrânia também pode afetar negativamente o comércio mundial. Com a disparada no preço internacional das commodities, um risco que se apresenta é de estagflação na economia global, configurando um quadro de inflação maior e mais resiliente, aliada a uma desaceleração da economia mundial. O IGP-DI, indicador de inflação divulgado pelo IBRE/FGV, avançou 1,50% no mês de fevereiro, de modo que, quando comparados apenas os meses de fevereiro desde 2001, o dado do ano de 2022 apresenta a terceira maior variação. O IPCA, por sua vez, apresentou alta de 1,01% em fevereiro, variação superior ao apurado em janeiro (0,54%) e ao esperado pelo mercado (0,95%). No acumulado em 12 meses a alta é de 10,54%. Cabe destacar que este resultado é o maior registrado para um mês de fevereiro desde 2015, quando correspondeu a 1,22%. De acordo com o último relatório Focus, o IPCA deverá fechar o ano de 2022 com alta de 5,65%, acima do teto da meta. O comércio varejista surpreendeu positivamente em janeiro. O volume de vendas no comércio varejista restrito teve alta de 0,8% no mês de janeiro, superando a expectativa do mercado para o mês (0,3%). Já o varejo ampliado – que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção – caiu 0,3%, também acima da estimativa do mercado (-1,1%). Por fim, o mercado de trabalho apresentou resultados positivos. Segundo dados do Caged, o Brasil abriu 155,1 mil vagas de empregos formais em janeiro, sendo que a indústria de transformação brasileira foi responsável por abrir 48,8 mil vagas de empregos no mês. No estado de São Paulo, houve abertura de 48,3 mil vagas. No caso da indústria de transformação paulista, houve geração de 19,8 mil vagas de emprego em janeiro. Na próxima semana haverá divulgação de índices referentes ao mês de março, como o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI/CNI) e o Índice Geral de Preços (IGP-10/FGV). Já em relação ao mês de fevereiro, será divulgada a Sondagem Industrial (CNI). Além disso, também serão divulgados dados referentes a janeiro, como a Produção Industrial Regional (PIM/IBGE), a Produção Industrial da Zona do Euro (Eurostat) – para a qual o mercado espera aumento de 0,1% -, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua/IBGE). O Banco Central também fará o anúncio da taxa básica de juros, sendo que o mercado espera que esta fique em 11,75%. |
Agenda Econômica para a próxima semana: 14/03 a 18/03 14/03/2022 (Segunda-feira):
15/03/2022 (Terça-feira):
16/03/2022 (Quarta-feira):
17/03/2022 (Quinta-feira):
18/03/2022 (Sexta-feira):
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