CBIC apresenta desempenho da construção em 2021 como maior da década e expansão menor em 2022
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apresentou à imprensa nessa segunda-feira, 13 de dezembro, o estudo “Construção Civil: desempenho 2021 e cenário para 2022”, que, entre os principais destaques, aponto que a construção civil em 2021 chegará a um crescimento de 7,6%, o maior da década. De janeiro a novembro deste ano, o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 13,46%. O indicador está em seu maior patamar desde 2003.
O estudo foi realizado pela entidade, em parceria com a Ecconit Consultoria. Segundo a pesquisa, o crescimento significará mais emprego, mais renda e mais investimentos. A geração de empregos nos primeiros dez meses do ano atingiu 285 mil novos empregos formais no setor. A construção chega a quase 2,4 milhões de trabalhadores com carteira assinada, patamar que não era alcançado desde 2016.
O mercado imobiliário permanece aquecido. O número de unidades lançadas em 2021 está 24,59% maior do que em 2019. A venda de imóveis novos cresceu 42,29% nesta mesma base de comparação. Somente a oferta teve queda no período: -3,39%. “Apesar do resultado de incremento no lançamento, o resultado para estoque caiu, o que significa que esgotaríamos o estoque em 9 meses e meio. Por isso, é extremamente necessário a ampliação de novos lançamentos”, afirmou o presidente da CBIC, José Carlos Martins.
No entanto, o preço dos imóveis tende a subir. Segundo Martins, o preço não acompanhou o aumento do INCC, ou seja, a elevação do custo da construção, especialmente devido ao aumento dos insumos, ainda não foi repassada ao consumidor.
A concessão de crédito imobiliário com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) registrou queda significativa em 2021, tanto em valor financiado, com queda de 14,10% (até 9 de dezembro em relação ao total do ano anterior), quanto no número de unidades financiadas, que caiu 17,05% na mesma base de comparação. As classes de mais baixa renda é que estão perdendo maior acesso ao crédito.
Para a CBIC, não será possível manter o atual nível de desempenho do setor da construção se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias de baixa renda — as maiores atuantes nesse quesito. Foi reiterado, também, que o setor permanece 27,44% inferior ao seu pico de atividades, alcançado no início de 2014.