Esquadrias, guarda-corpos e fechamentos de varanda arrancados com o vento: veja a opinião dos especialistas
Com as tempestades que ocorreram nos últimos dias na região sul e sudeste, vimos imagens de diversos acidentes em construções. Afinal, o que aconteceu? A norma estabelecida é eficaz ou os produtos estavam fora de norma? Entenda o que dizem os especialistas.
“Os ventos fortes que ocorreram nos últimos dias na região sul são comuns, não é frequente vermos isso acontecer, mas não houve nada de excepcional em termos de velocidades. O fenômeno meteorológico em si é mais raro, mas as velocidades dos ventos gerados por ele já estão todas contempladas pela norma e acontecem com certa regularidade. Grande parte dos problemas que causaram os acidentes com as janelas, tenho a impressão forte de que foi mais por falha de projeto do que por velocidade excessiva dos ventos.
Portanto, a esquadria de alumínio pode se adequar perfeitamente a qualquer evento meteorológico (para um período de retorno especificado) se o projeto for adequado, se esquadria, vidro e ligações estiverem dentro de norma. É fundamental, evidentemente, que a norma a ser utilizada seja muito bem embasada cientificamente”. Leia a análise completa.
Prof. Acir Mércio Loredo-Souza, Ph.D, Laboratório de Aerodinâmica das Construções, UFRGS
“O que assistimos mais uma vez com a ocorrência do ciclone nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, mas também de forma mais moderada no estado de São Paulo, foram cenas que denotam uma grande deficiência de conhecimento e medidas que devem ser tomadas nos projetos e na especificação e compra de componentes e sistemas construtivos.
Guarda-corpos de vidro sendo arrancados, esquadrias inteiras sendo arrancadas, telhados inteiros voando, foram as cenas filmadas e fotografadas nas cidades dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Mas se estes componentes construtivos tivessem sido dimensionados em projetos e por fabricantes, de acordo com as velocidades básicas e condições previstas na ABNT NBR 6123 é seguro dizermos que não teríamos estas cenas” – Leia a análise completa.
Maria Angelica Covelo Silva – Engenheira Civil, Mestre e Doutora em Engenharia, Diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento.
“Evidentemente que devemos incluir a base “mãe” para estes ensaios, que é a NBR 6123, que estabelece os parâmetros para este tipo de trabalho. Logo, a sua leitura, entendimento, interpretação e uso, se faz obrigatório no setor da construção civil como um todo, e sem dúvida, na obtenção de dados para uso no cálculo estrutural das esquadrias.
Para termos uma ideia da correlação entre o exposto acima e o que aconteceu ontem, a imprensa informa que tivemos ventos em uma velocidade de 120 Km/hora, sendo que a equivalência aproximada é de 100 Kg/m2, que está abaixo do considerado para a Região IV, no Sul do País, embora cabe registrar que velocidade é inferior à pressão que pode ser provocada pelo vento, em função de obstáculos, altura da edificação, além do efeito funil, para determinadas situações. Para isso, a NBR 6123, estabelece parâmetros para o uso do que é chamado de “coeficiente aerodinâmico”.”- Leia a análise completa.
Por Antônio B. Cardoso, consultor em esquadrias