Live “Virando o jogo” foca na construção como locomotiva da retomada
Presidentes também falaram sobre falta de crédito por parte dos bancos e mudança de hábitos do consumidor pós-Covid-19
A AFEAL promoveu na manhã desta quinta, 14 de maio, uma live com os presidentes das principais entidades setoriais da construção. Alberto Cordeiro, presidente da AFEAL foi o anfitrião do encontro entre José Carlos Martins, presidente da CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Luiz Antônio França, presidente da ABRAINC – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, Rodrigo Navarro, presidente da Abramat – Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, Waldir Abreu, presidente da Anamaco – Associação Nacional de Comerciantes de Material de Construção. O evento foi mediado por Fernando Rosa, gerente geral da AFEAL, que conduziu os temas e trouxe as perguntas do público para o debate.
Protagonismo da construção
O evento começou com as boas-vindas do presidente da AFEAL Alberto Cordeiro, que apresentou a AFEAL e colocou a associação como peça chave para ajudar as empresas do setor a sobreviverem à crise. Ele também apresentou o resultado de uma pesquisa realizada pela AFEAL com seus associados que, entre outros dados, apontou que 77% das empresas abordadas estão operando normalmente, 55% preparadas para a retomada e 42% farão investimentos ainda este ano, mesmo com a crise.
Na sequência, José Carlos Martins, da CBIC, ressaltou o protagonismo da construção civil para a reconstrução do Brasil. “Estamos vivendo uma crise em cima da crise. Está difícil para todos, mas temos de olhar pelo lado da oportunidade. O Brasil só pode sair do buraco tendo a construção como locomotiva, pois impactamos 97 setores. Se alguém quer ver o Brasil retomar o crescimento, é melhor abrir 97 torneiras que uma ducha”, comentou. Ele também falou sobre a importância da regionalização e dos investimentos diversificados e apontou o papel das entidades setoriais para tomarem a frente e pautarem o novo momento com demandas sintonizadas com as necessidades da sociedade brasileira.
O tom otimista também dominou as palavras de Luiz Antônio França da ABRAINC, que apontou a indústria como responsável por puxar o PIB do Brasil. “Somos nós que temos condições de puxar a retomada, temos visto o passado e todos os outros países que já passaram por situações como a nossa”, disse. Ele também comentou o problema grave do déficit habitacional brasileiro, que hoje chega a 7 milhões de moradias e o papel da construção civil em sanar esta demanda, gerando emprego e renda.
Rodrigo Navarro, da Abramat, afirmou que há uma perspectiva de dificuldades pela frente. “O índice de confiança da CNI teve uma queda recorde. Precisamos agora planejar a retomada da retomada, a pandemia não estava nos planos. Estamos buscando novas formas de superar os desafios, temos que ser protagonistas e isso é um trabalho de todos”, disse.
Waldir Abreu, da ANAMACO, contou que o varejo está se reinventando. “Nossa grande vantagem é que em nenhum momento as lojas pararam, porque o setor foi visto como uma atividade essencial. Estão todas ou abertas ou operacionais para dar conta dos atendimentos emergenciais”, relatou.
Crédito
O tema da falta de crédito, especialmente por parte dos bancos privados, foi colocado como um dos maiores desafios por todas as autoridades do debate. “Os bancos privados recolheram o crédito e estão criando um problema absurdo. Fora do país, em 2008, o contribuinte socorreu os bancos e agora os bancos estão socorrendo os contribuintes. O único país onde isso não acontece é no Brasil”, afirmou Martins.
Rodrigo Navarro disse que a Abramat está trabalhando para que o crédito chegue “na ponta”. “Esta é uma de nossas prioridades. O Governo está criando fundos garantidores para que os bancos se sintam mais confortáveis para emprestar”, afirmou. Waldir Abreu comentou sobre as dificuldades de acesso ao crédito com a Caixa Econômica Federal. “Há um déficit de funcionários, tem gente com crédito aprovado e não consegue acessar. Teremos uma reunião com o presidente da Caixa para definir o plano e ajudar a operacionalizar o crédito”, contou.
Paralização de obras
A questão da paralização das obras e do teste para Covid-19 entre os trabalhadores do setor também foi abordada. Para as construtoras, a abertura deverá seguir protocolos rígidos de segurança para que a saúde seja resguardada. De maneira geral, não houve desemprego no setor, com 93% das obras funcionando normalmente. O impacto foi muito pequeno, com todo cuidado para evitar a contaminação.
Home-office e reformas
Uma nova forma de viver e trabalhar: com a Covid-19, as pessoas têm passado muito mais tempo em casa, trabalhado também. Isso causa uma maior preocupação com o bem-estar no ambiente doméstico e necessidade de adaptar a casa ao home-office. Aí o setor pode ter uma oportunidade. “No caso das esquadrias, por exemplo, vendemos um benefício; uma esquadria dentro de norma oferece mais qualidade de vida, um ambiente arejado, ventilado, ainda mais agora com esta questão da Covid-19, resfriados etc. Recentemente, divulgamos uma pesquisa sobre medo e desejo do consumidor nessa época de pandemia. A preocupação com uma casa em melhores condições é uma prioridade agora”, afirmou Alberto Cordeiro.
Para finalizar, todas as personalidades participantes do debate reafirmaram o compromisso de atuarem de maneira orquestrada e inteligente para levarem as demandas da construção às autoridades e assumirem juntos o protagonismo para voltar a colocar o Brasil no eixo do crescimento.
A live completa está disponível no Youtube da AFEAL. Clique e assista!