Perspectivas da incorporação imobiliária no interior de São Paulo
Nesta quinta-feira, a AFEAL participou do evento “Perspectivas da incorporação imobiliária no interior de São Paulo”, organizado pela Abrainc em parceria com a Consultoria BRAIN. A reunião contou com a participação de CEOS de importantes construtoras do Interior de São Paulo (das cidades de Campinas, Sorocaba, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto).
O encontro abordou o comportamento do mercado durante a pandemia e as novas tendências. Na abertura, o presidente da Abrainc, Luiz França destacou a importância do mercado imobiliário no interior do estado de São Paulo.
Ele informou que 98% das obras (no Brasil) estão em operação e que isto se deve à seriedade com que as construtoras enfrentaram a pandemia, respeitando todos os protocolos de segurança.
França destacou também que o setor da construção civil tem apresentados números positivos, como o recente dado do CAGED sobre o aumento de postos de trabalho. No mês de junho, foram criadas 17 mil novas vagas. De acordo com o executivo, a reabertura dos estandes de vendas, a agilização da liberação de licenciamentos e a desburocratização dos cartórios tem colaborado para o dinamismo do setor.
Fabio Tadeu Araujo da BRAIN Inteligência Estratégica apresentou uma pesquisa realizada com consumidores nas cidades de Campinas, Sorocaba, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, grandes cidades do interior de São Paulo. Os dados apresentados podem ser considerados tendências para outras cidades.
A pesquisa abordou a intenção de compra de imóveis pelos consumidores:
Intenção ao longo da crise | ||
Mantiveram | Desistiram | |
Brasil – março | 55% | 45% |
Brasil- abril | 47% | 53% |
Brasil – maio | 58% | 42% |
Interior – março | 60% | 40% |
Interior – abril | 51% | 49% |
Interior – maio | 62% | 38% |
62% dos pesquisados (interior de SP) manifestaram manter a intenção de compra. Como motivação para a compra foram apontadas: obter renda sobre o ativo (características de investidores); saída do aluguel para o primeiro imóvel; upgrade – casa maior, mais nova (fator de mudança social) e imóveis para parentes. Com a queda da taxa Selic, os investidores voltaram a atenção para a compra de imóveis. O aluguel mais caro que a prestação do financiamento motivou os consumidores.
Motivo para desistência de Compra
Os desistiram de adquirir um imóvel apontaram como motivos: a perda de renda; mudança de objetivos pessoais; incerteza sobre o próprio emprego ou renda; incerteza sobre a duração da pandemia e perda de renda.
Sobre aqueles que manifestaram dúvidas, ou seja, que poderiam mudar da desistência foi constatado que, no Brasil 24%, sinalizaram que se o preço e condições de pagamento forem adequados, poderiam rever a posição; já no interior de São Paulo, o percentual foi de 36%.
Tendências:
- Locação crescendo mais do que a compra; venda de imóveis para pessoas de média e alta renda (Campinas)
- Na região de Ribeirão Preto o desejo é de residências horizontais –85% dos consumidores.
- Aumento de produtos de nicho – coliving, medical center, seniors living, student living (30% dos estudantes brasileiros moram em cidades diferentes de onde estudam).
- Oportunidades para a qualidade plástica e arquitetônicas dos imóveis como diferencial (no médio e alto padrão). Arquitetura Design para o alto padrão.
- Varandas maiores, ambientes que favoreçam o convívio das famílias.
- Reavaliação do tipo de imóveis (mais cômodos).
- Os consumidores do mercado de baixa renda procuram imóveis que propiciem qualidade de vida; as construtoras devem estar atentas ao que realmente gera valor ao morador (áreas comuns que ofereçam mais aos moradores), mas evitar excessos (áreas que ficaram obsoletas por falta de uso). É preciso investir naquilo que realmente gere valor (um exemplo citado: no interior de São Paulo é fundamental que os empreendimentos tenham piscinas e churrasqueiras)
- Conceito de luxo compacto.
- Expectativa de nova redução da taxa Selic, com queda de 0,25%, levando a taxa para 2% e inflação baixa.
- Grande fluxo de capital para o mercado imobiliário.
Os CEOs estão otimistas por um novo ciclo virtuoso, com construtoras atingindo nos últimos dois meses 100% da meta e casas vendidas em questões de semanas. A Construção Civil será muito beneficiada nos próximos anos, com um novo ciclo virtuoso.